A casa (Camponesa)


Ouço o vento soprar suas palavras, ouço o cantar de um rouxinol a colorir o ambiente onde você caminha, em cada passo seu, vejo as flores florescer e formar o caminho intermitente onde irá pisar, onde tudo vira expoente ao sol incandescente de um entardecer onde você retorna para a casa.

Lá na nossa casa singela, feita de madeira, coberta de folhas de coqueiro e amarradas com cipó-carijó, onde as flores que você colheu decoram todo o ambiente. O exalar do perfume espalha-se pelos cômodos, que são tão poucos que se torna um imenso lugar conhecido como o reinado do amar. Tão simples, mas tão harmonioso, o nosso ninho, é o cantinho que reservamos para nós, não queremos o castelo, queremos um lar completo, assim, vejo você a cuidar de cada detalhe, colocar em cada canto um ramo das flores que colheu, vejo no seu olhar o brilho de estar na sua casa, no seu lar, onde a benção do senhor veio para abençoar, a bebida e a comida ali consumida.

As crianças correm pela casa, as meninas de cabelos longos com tranças nas pontas, elas são brancas feito leite, é a inocência, a delicadeza de olhar o mundo com o olhar dos anjos, vejo os meninos correndo pelo campo, vejo meus pequenos gigantes, café com leite, a observar o longínquo infinito e a cuidar das suas irmãs, os cavalos estão soltos, e vocês, a brincar, caramelo e ametista, são os cavalos amigos, vivem soltos, livres, sem as rédeas e muito menos selas, são livres e libertos como todos nós.

Você toca o sino na varanda, é hora de recolher as crianças e tomar um belo banho revigorante, no findar do dia, o sol no horizonte passa a se esconder por trás das montanhas e assim se despede, a lua, vem chegando e com ela o brilho de cada estrela a nos observar. O jantar está na mesa, à família também, olho ao redor e vejo a felicidade em cada um de nós e o brilho intenso da inocência de cada um de vocês, meus anjos, longe de tudo e bem próximo do todo, da unificação natural, céu, ar, água e terra, o que é real e verdadeiro não é inventado e sim dado pela nossa mãe natureza.

Na lareira o fogo que aquece não só o amor, mas a união do nosso lar, as crianças a nossa volta sentadas olhando para as labaredas que desenham não só as imagens, mas os sonhos a sonhar, contamos histórias, falamos de todos nós, nos abraçamos e nos beijamos, o nosso carinho é compartilhado, com nossos filhos, com nosso destino.

Meus anjos, bocejam, vejo nos olhos dos pequenos gigantes o descanso de mais um dia, vejo o sonho chegar e criar um novo mundo para eles e para mim, vejo todos a descansar para manhã nascer novamente e viver mais um dia ao lado da nossa família.

Eu e você, iremos nos deitar, para amanhã compartilhar com nossos anjos mais um dia de amar, boa noite... bom sonhar...

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